Por Francisco Mourão Corrêa
2021 – Um Ano de Revelação?
Há dois anos, escrevi um artigo, sobre discos voadores, intitulado “Quem Anda Aí?”, e no qual terminava levantando as seguintes questões: “Ao fim de 70 anos, reconheceu-se que o fenómeno é real, mas agora colocam-se as seguintes questões: afinal quanto se sabe sobre o fenómeno?; terá uma mesma ou diferentes origens?; tendo demonstrado inteligência, qual a sua intenção?”
Naquele inicio de Verão de 2019, estavam a decorrer briefings, à porta fechada, com Senadores e Congressistas norte-americanos, interessados em saber mais detalhes sobre as relatadas incursões de veículos avançados aeroespaciais (Advanced Aerospace Vehicles) em espaço aéreo restrito, durante exercícios militares da marinha norte-americana.
Desde essa altura, ficámos a saber que o Pentágono (re)confirmou a veracidade de 3 vídeos que há alguns anos circulavam pela internet, que mostravam imagens desses objectos captados pelas câmaras dos jatos F18 SuperHornet, durante exercícios em 2004 e 2015.
Foi também noticiado pelo New York Times, que o Tenente Piloto Aviador Ryan Graves foi testemunha de um caso durante exercícios na costa leste dos EUA, em que um objecto descrito como uma bola dentro de um cubo passou entre dois aviões, em sentido contrário. Esta situação em específico, independentemente da natureza e intenção do objecto, levanta sérias questões sobre segurança de vôo, justificando uma investigação aprofundada.
E foi de facto isso o que aconteceu. Em Agosto de 2020 é dado a conhecer um grupo de estudo, dentro do Departamento de Defesa, denominado “Unidentified Aerial Phenomenon Task Force”, com o objectivo de recolher e tratar toda a informação existente relativa a avistamentos/incidentes com estes objectos.
O Senador Marco Rubio, então presidente da Comissão de Inteligência do Senado Norte-Americano, referiu estar preocupado com os relatos de incursões destes objectos desconhecidos sobre bases militares Norte-Americanas, pois poderiam significar ter havido um “salto tecnológico” importante por parte de potenciais adversários como a China ou Rússia. Meio a brincar, Rubio disse preferir a hipótese de origem extraterrestre do que o avanço tecnológico de países terceiros.
Em Dezembro de 2020, Donald Trump promulgou a lei de financiamento do governo para o ano 2021, um documento com mais de 5000 páginas essencialmente dedicado ao combate à Covid, mas que também contempla uma secção denominada “Intelligence Authorization Act for Fiscal Year 2021”, no qual um dos tópicos foca-se em “Advanced Aerial Threats” – Ameaças Aéreas Avançadas.
Esta lei aprovada em Dezembro, solicita à Task Force que no prazo de 180 dias (ou seja, até meados de Junho) seja entregue à Comissão de Inteligência do Senado, um relatório com dados detalhados da análise ao fenómeno. É também especificado, que o relatório terá de ser passível de ser tornado público, devendo ter um anexo destinado a informação classificada.
No passado dia 19 de Março, John Ratcliffe ex-Director Nacional de Inteligência (entre Maio 2020 e Janeiro 2021) foi entrevistado na Fox News, e reconheceu que têm sido observados objectos que exibem movimentos que são difíceis de replicar e para os quais não há tecnologia, ou que atingem velocidades que excedem a barreira do som sem um estrondo sónico. “Em suma, coisas que observamos mas que são difíceis de explicar.”
O Programa Avançado de Identificação de Ameaças Aeroespaciais, que o Pentágono teve activo entre 2007 e 2012, identificou 5 observáveis que vão para além do que permite a tecnologia actualmente disponível nos EUA:
- Anti-Gravidade/Ascensão Positiva (a capacidade de voar sem meios aparentes de propulsão)
- Aceleração Instantânea (a capacidade de atingir altas velocidades num curto espaço de tempo)
- Velocidade Hipersónica (a capacidade de atingir velocidades acima dos 5000 km/h)
- Camuflagem (a capacidade de não ser detectado por nenhum tipo de radar)
- Deslocação multi-meios (a capacidade de se deslocar no espaço, ar e água)
Se a China, a Rússia, ou qualquer outro país, tivesse desenvolvido apenas uma destas capacidades, teria imediatamente uma vantagem desproporcional em qualquer conflito.
Se uma qualquer nação tivesse actualmente um veículo com estas 5 características, teria então a capacidade de dominar o mundo.
A questão é que estas mesmas características têm sido referidas desde, pelo menos, os anos 40 do século passado. Há mais de 70 anos que militares, investigadores e muitas testemunhas civis, relatam observações similares às que agora são objecto de estudo.
E é também de recordar que a Força Aérea norte-americana promoveu dois projectos de investigação (Sign e Grudge) em 1948/49 precisamente com a finalidade de perceber se os objectos observados nessa altura, eram fruto de algum avanço tecnológico que pudesse ser aproveitado pelos EUA, e se representavam uma ameaça de segurança.
Passadas todas estas décadas, continuam a colocar-se exactamente as mesmas questões. Será fruto de amnésia, incompetência, ou simplesmente será falta de vontade de abordar o tema?
Será que em Junho, vamos ter a grande revelação? Será que o Senador Rubio ficará realmente mais descansado se o relatório concluir que nenhuma nação da Terra é responsável pela tecnologia observada?
Se assim for, o que é que isso significa? Não é difícil imaginar as questões que se colocarão a seguir.
2021 pode ser um ano de choque civilizacional. Ou se calhar, manter-se-á tudo na mesma, por mais 70 anos.