O All-Domain Anomaly Resolution Office, um departamento de investigação de fenómenos anómalos, do departamento de defesa norte-americano, publicou no passado dia 8 de Março, um relatório sobre o Histórico do envolvimento do governo norte-americano com o fenómeno ovni, desde 1945.
Este estudo havia sido solicitado pelo congresso dos Estados Unidos e deveria ser apresentado até Junho de 2024.
No entanto, Tim Phillips, que se encontra a liderar a AARO desde Novembro de 2023, optou por publicá-lo agora, tentando com as conclusões apresentadas, colocar uma “pedra sobre o assunto” e acalmar o interesse crescente sobre o tema, que se tem vindo a registar desde 2017.
O momento, que se esperava ser de demonstração de transparência, começou precisamente pelo seu contrário, ao ser organizada uma reunião “secreta”, no dia anterior à publicação, apenas para jornalistas convidados e mediante concordância de adesão a determinadas regras de “comportamento jornalístico”.
Por seu lado, o documento de 63 páginas, terá sido finalizado à pressa, num exemplo de mau profissionalismo, contendo desde datas erradas, nomes de indivíduos trocados, nomes de projectos mal identificados, referências bibliográficas cujos links não funcionam, etc..
Parece que indirectamente, os autores quiseram dizer ao público para não os levarem a sério.
Mas a grande maioria dos meios de comunicação, pela falta de conhecimento que tem sobre o tema, conjugada com a falta de sentido crítico, não questiou minimamente o relatório, focando-se apenas nas suas conclusões.
“Até ao momento, a AARO não descobriu nenhuma evidência empírica de que qualquer avistamento de um OVNI representasse tecnologia fora do planeta ou a existência de um programa classificado que não tivesse sido devidamente relatado ao Congresso. Os esforços da investigação determinaram que a maioria dos avistamentos foi resultado de identificação incorreta de objectos e fenómenos comuns. Embora muitos relatórios de OVNIs permaneçam sem resposta, a AARO entende que, se dados adicionais e de qualidade estivessem disponíveis, a maioria desses casos também poderia ser identificada e resolvida como objectos ou fenómenos comuns.“
Este parágrafo quase parece uma cópia da declaração do Secretário de Defesa americano, em 1955, na antecipação da publicação do Relatório nº14 do Projecto Blue Book. Só que na altura, o documento vinha acompanhado de todos os dados das observações, e quem os fosse ler, facilmente perceberia que não suportavam a conclusão avançada.
Por outro lado, o relatório tenta descredibilizar algumas testemunhas que recentemente vieram a público denunciar a existência de programas secretos de recuperação de objectos não identificados, assim como dar conta das suas próprias experiências com o fenómeno.
Algumas destas testemunhas, submeteram-se a audiências públicas, perante congressistas e sob juramento.
Talvez venha o dia, em que os autores do relatório agora apresentado, façam o mesmo.